Temos nos deparado, em muitas empresas, com inversões na ordem dos fatores acima com conseqüências por vezes desastrosas. Freqüentemente conceitos como agilidade são confundidos involuntariamente com pressa, crescimento empresarial com inchaço, e muitas perguntas fundamentais para as empresas estão sendo respondidas de forma rápida, porém não adequadamente amadurecidas, preterindo a sustentabilidade empresarial de médio e longo prazos para obter resultados de curtíssimo e curto prazos.
Agilidade é um quesito fundamental para competitividade, no entanto, para ter agilidade a empresa precisa ter difundida em todos os níveis de sua hierarquia interna as diversas táticas e planos operacionais, que por sua vez precisam estar completamente alinhados com a estratégia da empresa. Para se definir a estratégia empresarial, por sua vez é importante a compreensão do gap entre as pretensões dos dirigentes para a empresa e das reais possibilidades da empresa. É necessário também ter um profundo conhecimento da estrutura empresarial e de sua flexibilidade e de mercado, compreendido como concorrência e consumidores principalmente e por último, mas não menos importante uma boa dose de criatividade, que é o elemento aglutinador que vai procurar encontrar os melhores caminhos de venda e as melhores margens.
Depois de definida a estratégia é que se define a estrutura necessária para que seja alcançado o que se pretende, os recursos necessários e os reflexos financeiros imediatos e suas respectivas projeções. Quando se desenvolve um novo projeto de investimento, por exemplo, define-se a estratégia, e sua fundamentação, posteriormente compara-se a quantidade necessária de recursos investidos para a geração dos resultados esperados. Ao se comparar esses mesmos resultados adicionados de algumas variáveis, como o tempo, as chances de não acontecer o que foi planejado, ou a oportunidade de se fazer outros investimentos quaisquer, pode-se concluir se o referido projeto é vale a pena ser feito ou não.
Se a ordem de se produzir um projeto inicia-se com a definição da estratégia (e logicamente sua defesa), seguida da quantificação dos recursos necessários para que seja efetivada, porque ao freqüentemente se analisar projetos de investimento é comum inverter essa ordem? Ou ainda, porque não se usa o mesmo raciocínio quando se pretende realizar redução de custos, maximização de resultados ou similares através de mudanças estruturais?
Creio que a resposta a essas perguntas é simples: É porque é mais fácil! Definições estratégicas demandam informações, criatividade e planejamento, e muitas vezes esbarram na necessidade de mudanças maiores que as pretendidas pelos gestores principalmente quando não um há implantado na empresa um processo contínuo de avaliação crítica de seus resultados obtidos e de suas respectivas projeções futuras.